domingo, 29 de maio de 2011

Ouço música do mundo, amo dançar, meus amigos não são crentes e eu não sei orar!

Ô querido pastor (:
Não sou a pessoa mais crente, mais fiel e longe de ser a mais santa e engajada. Mas tenho sonhado tanto em ser uma verdadeira mulher de Deus, de ser conhecida assim... desde que vim morar “aqui” minha vida espiritual começou a desandar... Eu gostava das músicas que eu ouvia... de dançar.. e das minhas amizades. Pela primeira vez na minha vida busquei a Deus com vontade de Deus. Quis o céu não por medo do inferno, mas pela presença de Jesus Cristo. Tenho conhecido um Jesus maravilhoso mas tenho um grande problema ainda. EU NÃO SEI ORAR!... Eu passo o dia conversando sozinha, acho que quem me vê pensa que sou louca, falo com Jesus sobre tudo como se fosse uma amiga com quem comento absolutamente tudo. Mas na hora de ajoelhar e fazer aquela oração bonita com começo meio e fim, eu saio trocando tudo. Se é pra primeiro agradecer, pra depois pedir, por quem pedir, eu fico nervosa, me enrolo toda. Isso tem me atrapalhado tanto... me sinto tão longe do que gostaria de ser. Fico querendo que Deus me diga o que quer de mim, mas como fazê-lo sem orar? É o que sinto... lembrei que vc disse que quando precisasse poderia mandar e-mail que quando você pudesse, responderia (:
Vou aguardar pacientemente e incoerentemente ansiosa (ahah) a resposta.

RESPOSTA:-----------------------------

Minha irmã e amiga, Paz e liberdade pra tua alma!
Para muitos o processo de conversão é na verdade a separação de algumas coisas boas das quais Jesus nunca pediu para que nos afastássemos. Esse “mundo” do qual os evangélicos falam não é nem de longe o “mundo – mentalidade diabólica” do qual Paulo nos aconselha a não se amoldar (Rm12). Quero começar com a idéia da tal música do mundo.
Aliviaria o seu coração se eu falasse pra você que não conheço o número de nenhuma rádio evangélica, que quase não escuto a chamada música gospel, e que muitos músicos da nossa igreja tocam na noite? Essa dicotomia do sagrado e profano, do religioso e do secular, criada por uma cultura legalista não existe. Você conhece alguma música que seja de marte? Toda música é do mundo! São sempre as mesmas sete notas e suas belas variações. Pecado mesmo é separar um amante da arte de sua boa música num processo alienante simplesmente por ela não ser denominada cristã. Só existe a música boa e música ruim, e cabe a você selecionar o que lhe convêm. O diabo nunca criou nada, ele só é pai da mentira. O máximo que pode fazer é distorcer o que Deus criou. Toda boa dádiva é presente do Pai das luzes. Tudo que é bom me leva até Deus. Aquele que se sabe criatura enxerga seu criador em todas as coisas. Deus é o maior de todos os artistas. O discípulo é abençoado até quando vai ao circo! As proibições feitas pela igreja e aceitas sem entendimento só geram adoecimento para seus membros e famílias. Portanto ouça o que é bom pra ti. Meu conselho é que não se limite a esses mantras pobres harmônica e melodicamente e que repetem a mesma frase tantas vezes por serem desprovidos de letras que nos leve a reflexão. Toda verdade é de Deus mesmo cantada por ateus.
Sobre gostar de dançar, temos algo em comum! Dançar é a linguagem corporal que anuncia um coração feliz. Davi e muitos outros personagens bíblicos dançaram com a aprovação de Deus. Qualquer pessoa que faça uma pesquisa séria sobre a dança nas escrituras vai perceber isso. O próprio Jesus adorava uma festa. A dança pode ser um poderoso instrumento de sedução, mas “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro.” (Tito 1:15) Saiba que até as coisas mais inocentes podem causar grandes males quando feitas na hora errada, com a intenção distorcida, e nos ambientes inoportunos. Não seja ingênua. Em nossa igreja uma vez por ano dançamos toda a noite juntos ao ritmo contagiante do forró. Não se culpe por gostar de algo tão bom. Lembre-se que quando a dança for apenas dança terá a aprovação de Deus.
Sobre suas amizades, não viva a síndrome da imunidade baixa de só se relacionar com o igual, pessoas que vivem as mesmas coisas e crêem nas mesmas idéias que você é alienação. O discípulo de Jesus aprende com seu mestre que o pecado dos perdidos não lhe contamina quando o seu coração está bem resolvido com a graça. De que serve o sal no saleiro? Não somos feitos pra atribuir, contaminar, influenciar o mundo? A quem vamos evangelizar se todos nossos amigos partilham da mesma fé? Qual estranho nos dará crédito? Lembre-se que acerca do Filho do Homem disseram: “eis aí um glutão, bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores..." Título que ele aceita sem se defender. Portanto, saiba amar os moralmente inaceitáveis e se aproxime com suave graça dos diferentes e você verá que o vírus da salvação é bem mais forte e contagioso.
Você falou que não sabe orar, mas diz falar “com Jesus sobre tudo como se fosse uma amiga com quem comenta absolutamente tudo.” Pois eu lhe digo que isso é oração. Pare de tentar viver uma espiritualidade enlatada, em série fabricada pelos que massificam o pensamento. É para a liberdade que Jesus nos chama, liberdade até na oração. Não existe ritual na oração. Não precisa ser necessariamente de joelhos, ou nas horas marcadas, ou com início, meio e fim. A oração não precisa de uma liturgia. A oração é quando a alma se comunica com o Eterno. Não há regras ou um manual que determine um check-list da oração. A espontaneidade, simplicidade e sinceridade de coração é o que garantem o sucesso do dialogo. Cultive a disciplina da oração. Não se preocupe em orar um tratado teológico ou algo encantador. Deixe as orações bonitas para os fariseus que oravam na praça, mas não falavam com Deus. (Nunca ore pensando no que sua oração vai gerar no coração das pessoas). Que seja Deus o único endereço da sua oração. Qual de nós sabe orar? Não é por isso que temos o Espírito Santo que nos ajuda diante do Pai? Quando você não se preocupar com essa formalidade obrigatória e se colocar livremente no confessionário/divã de Deus, você vai perceber na sua oração quem Deus é para você (“Pai nosso que estás no céu”). Vai adorá-lo e desejá-lo pelo que ele é (“santificado seja o teu nome; venha o teu reino”). Vai saber que a nossa vontade deve ser o cumprimento da Dele em nós (“faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”). Vai aprender a esperar a provisão de Deus sem estar ansiosa (“o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”). Vai entender que a forma com Deus nos trata está diretamente relacionada com a qual nós tratamos o próximo (“perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”). Você vai reconhecer sua fraqueza e viver dependente Dele (e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal). Vai entender a soberania de Deus e não questioná-la (pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!)

No amor e simplicidade que aprendi no evangelho...

Tomas...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A marca do discípulo

Acabei de chegar do projeto, com os moradores de rua, onde aprendo sobre a vida todas as segundas, e li uma matéria que me deixou bem comovido. Em Belo Horizonte alguém tentou matar pessoas em situação de rua deixando uma garrafa de cachaça misturada com veneno de rato, oito moradores de rua ficaram seriamente intoxicados.
Há alguns dias, li uma matéria antiga que contava a história de um Jovem chamado João Batista de 23 anos, desempregado e tão angustiado com a vida que subiu numa torre de TV em Fortaleza às 2h30 ameaçando se jogar. O que ele queria mesmo era chamar a atenção de uma sociedade tão indiferente a pessoas como ele. Tudo que ele conseguiu foi unir um coro de 2000 vozes inafetivas que gritavam “Pula! Pula! Pula covarde!”. Uma multidão ávida por sangue e que não queria perder o espetáculo de sua morte. Ás 8h30 João se rendeu ao convite da multidão e se matou.
Fiquei pensando, se o refrão pronunciado pela multidão fosse “Não pule, vamos te ajudar, a vida vale à pena”. Acho que o fim desse jovem seria outro. Concordo com Cecília Meireles quando ela diz “Já não se morre de velhice, nem de acidente, nem de doença, mas, Senhor, só de indiferença.” Que conste na certidão de óbito de João Batista a indiferença como causa de sua morte.
Muitos pensam que a antítese do amor é o ódio, mas eu tenho a forte impressão que é a indiferença. Isso porque o ódio é carregado de energia e atenção. Quem odeia precisa se dedicar ao outro em seu ódio, mas a indiferença é carregada de desprezo e desprovida de toda energia. Quem pode conviver com a indiferença?
O Brasil é um dos países com mais cristãos no mundo. Uma pesquisa feita por um instituto alemão e divulgada na Revista época: Deus é pop 12/06/2009 mostra que 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem religiosos. A população católica vive dias de renovação com novos movimentos que rompem com a formalidade da igreja romana. No meio evangélico são milhares de denominações diferentes com credos e nomes cada vez mais criativos. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.
Mas, diante de todas essas opções religiosas, com tanta gente falando em Deus nos rádios e TV’s, com uma igreja em cada esquina, com tanta gente produzindo a chamada música gospel, com a tal marcha pra Gezuis e os famosos Pastores/gestores empresariais, Bispos, Apostolos, Paipostolos, Anjos. São tantos, com diversas teologias, liturgias, nomes, e embora tantos fazemos tão pouco.
Faço apenas uma pergunta.
Qual é a essência dos discípulos de Jesus? Qual o indicio do verdadeiro seguidor de Cristo? Como identificá-lo? Que marca tem as pessoas que de fato se encontraram com o evangelho e fizeram dele seu projeto de vida? Como separar os devotos religiosos dos seguidores reconciliados com Deus?
Jesus já respondeu essa pergunta há mais de dois mil anos...
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” João 13:35.
Certa vez Fiedrich Nietzche disse: “eu creria na sua salvação se eles [os cristãos] se parecessem um pouco mais com pessoas que foram salvas”.
Ser discípulo não é ser modelado dentro do apertado terreno dos condicionamentos psicológicos, culturais e religiosos dos nossos guetos evangélicos, não é uma mudança de indumentária, não é apenas vida moral e social ajustada... O crachá do discípulo de Jesus é o amor. Amar é sua marca indispensável!
O que sei sobre o amor? Bem pouco, quase nada. Mas sei que essa dureza de coração dos dias de hoje nos foi advertida pelas escrituras “Nos últimos dias por aumentar a iniqüidade o amor de muitos esfriará.”
O que me resta dizer sobre o amor depois que Paulo escreveu 1Corítios 13?
Sem amor qualquer dom é inútil e o mais belo discurso não passará de um barulho ensurdecedor para Deus. (1Co13:1) O “muito saber sem amor é estar possuído por demônios" Rubem Ales. (1Co13:2) Todo conhecimento sem amor é vazio. Toda fé, ainda que transporte montanhas, sem amor é barganha, é misticismo, é inútil. (1Co13:3) Toda caridade, ainda que seja a mais dedicada como a de Madre Tereza, sem amor é desencargo de consciência e cheia de interesses, é um recurso narcisista para a autopromoção, puro egoísmo. Toda fidelidade, ainda que seja ortodoxa e possua a coragem de Sadraque, Mesaque e Abdnego, sem amor, é vazia, sem sentido, mero radicalismo. Sem amor TUDO é vão!
“Queres trabalhar na missão sagrada de amorizar o mundo? Sai de ti mesmo ao encontro dos irmãos sem excluir ninguém. Não guardes em teu coração nem sobra de travo. Convence-te para sempre, de que, neste mundo, há muito mais fraqueza do que maldade! Convence-te de que, se é verdade que bondade não resolve tudo, não é a violência que vai resolver. Convence-te de que o egoísmo torna impossível a felicidade. Queres ser feliz e semear felicidade? AMORIZA-TE!” Dom Helder Câmara
Esse texto de Dom Helder sempre me deixa pensativo. Creio que amar é nossa missão. Esse é o indício dos verdadeiros discípulos de Jesus; fazem do amor um estilo de vida. Pense nisso!

Paz na alma
Tomas...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O privilégio de ser apenas gente!‏

Há muito tempo venho sufocado com algumas coisas que ouço e hoje foi o dia de me permitir respirar... Desde que senti a vocação para servir como pastor escuto comentários que dizem; “você pastor? Tão novo? Ou comentários em tom irônico “...e pode pastor”?
Sei que estou sempre frustrando o estereótipo de pastor que a “igreja” vendeu e a sociedade comprou como verdade. Para quase todos o pastor é: Uma pessoa bem mais velha, que se veste formalmente e de preferência com ritos ou símbolos que identificam sua religiosidade; pouco acessível; alguém muito sério e que jamais perderia tempo contando uma piada.
O Pastor deve ser o dono de todo saber bíblico-espiritual. Ele não fala de um assunto comum às pessoas normais, mas fala como um profeta incontestável. Para a sociedade, o pastor está sempre em busca de prosélitos que possam aderir as suas idéias catequizadoras. Pastor não ouve música não-cristã, não vai à shows e se afasta de toda arte que possa parecer profana. É alguém que deve estar sempre à disposição, mesmo que seja no meio da noite num sono gostoso. Para muitos, ele deve sempre ter uma resposta em nome de Deus, até quando Deus nada diz.
A visão das pessoas sobre o Pastor é a de um sacerdote modernizado que possui uma intimidade especial com o divino e por isso desfruta de alguns privilégios celestiais não acessíveis aos demais religiosos. É Alguém que nunca beberia uma cerveja com amigos; jamais dançaria forró; não praticaria um esporte radical. O pastor falaria sobre sexo sempre com aquele pudor religioso que entende os desejos sexuais como impuros e não como algo natural e bom. Um pastor não gritaria vibrante o gol do seu time do coração. Não teria amigos ateus, gays, céticos. Desconsideraria grande parte dos pensadores e conhecimentos que poderiam contradizer ou desconstruir sua forma sistemática, engessada e irredutível de pensar.
Para muitos o pastor é alguém que não tem momentos de fraqueza, desequilíbrio, frustração, depressão, ansiedade, medo, dúvida... Um pastor nunca perderia a paciência jogando bola ou no trânsito.
Ainda vou mais além, os crentes, para a grande parte da sociedade, são de outro mundo, ETs religiosos. São seres esquizitóides. Ser crente é ser brega, alienado e xiita. É alguém que deve viver a neurose constante de não mostrar suas falhas, seus pecados, sua espontaneidade, sua humanidade por medo de escandalizar os que estão do lado de fora dos arraiais evangélicos sob pena de não ter seu testemunho aprovado pelo grupo ao qual pertence.
De fato, o escândalo só acontece no coração dos que esperam a utópica perfeição no outro. Nos evangelhos, quem se escandalizava eram os fariseus e religiosos, nunca os que se reconheciam pecadores. Quem entende a graça não se surpreende com o potencial humano para pecar e nem se sente mais santo que ninguém. Hoje os que se escandalizam são os da própria igreja ou a pequena parte da sociedade que acreditou na mentira de que os “crentes” não são gente e por isso não erram, não brigam e se arranham; não são complicados, não falam bobagem, não perdem a compostura, não tem fantasias sexuais, mas vivem uma sexualidade angelical e agem diariamente como monges tibetanos em nirvana...
Então, quando uma pessoa decide “converter-se” ela precisa iniciar o processo de zumbificação, domesticação, de falsificação do Self. Ela vai aprender a se esconder e parecer cada vez mais com um modelo ideal pré-determinado. Vai mentir sua naturalidade e viver uma performance religiosa. Esse tipo de espiritualidade é uma tortura contra a humanidade e instala angústia nos que levam o peso existencial de serem perfeitos. Quando as pessoas percebem a impossibilidade de atingir o inalcançável padrão de comportamento exigido como santidade, elas abandonam a fé por se reconhecerem imperfeitas demais para serem evangélicos. Jesus afirma acerca dos que mantém a ditadura da aparência que eles coam o mosquito, mas engolem um camelo.
Os que não aceitam a proposta evangélica, geralmente querem Deus, mas não estão dispostos a viver a ilusão da perfeição fazendo renúncias que nem Deus pediu. Aliás, Deus não tem problemas com nossa humanidade falha e pecadora, nós sim, temos! Ninguém surpreende a Deus com o que somos ou fazemos. Lembra de Pedro? Jesus já sabia da negação muito antes dela acontecer! O que dizer de Judas com o qual conviveu mesmo sabendo que o mesmo iria o trair?
Hoje quando queremos nos divertir é preciso fugir um pouco do meio moralista. A presença de algum “crente” pode constranger toda nossa animação e isso é lamentável.
Se alguém decidir ser autêntico geralmente será estigmatizado, mas estará preparado para ser parte da verdadeira igreja. Creio que Deus não me chamou pra satisfazer a expectativa de ninguém. Não preciso me tolher para seduzir um público mercadológico e passar uma imagem de espiritual. Quem desejar conhecer-me como pastor deve estar preparado para descobrir minha humanidade, minhas limitações, imperfeições, incompletudes...
Como disse o Rev. Caio Fábio “Uma ‘igreja’ só se transforma em Igreja quando nela todos podem ser eles próprios, sem disfarces...”
Então venha sem medo e sem máscaras, com nudez de alma, caminhar em verdade, para carregar o fardo leve de Jesus e olhar para a própria realidade de vida com autenticidade. Não tenha vergonha de chorar quando doer. Livre-se de toda culpa que possa estrangular a sua alma. Respeite suas limitações. Encontre nos braços da graça um cantinho pra ser verdadeiro consigo e com Deus.
Só então aprenderemos que a nossa disposição para ser discípulo de Jesus não nos faz anjos, robôs espirituais, e que não nos isenta das oscilações próprias do estado caído da criação. Quando isso acontecer, descobriremos que o melhor lugar para pecadores é a igreja. Discerniremos os “fariseus” que são diabos acusadores. Seremos mais tolerantes com os outros e mais pacientes conosco. Entenderemos que a conversão é um processo contínuo e lento. Priorizaremos a essência em detrimento da aparência. Pareceremos mais com Jesus e menos com os fariseus. Aproximaremo-nos mais do divino por sermos mais humanos. Viveremos o privilégio de ser quem somos!
Permitam-me esse desabafo...
Paz na alma
Tomas
Twitter: thiago_tomas
 
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